Na divulgação dos dados mais recentes de seu Democracy Index, a The Economist lançou um importante alerta para a regressão da democracia no mundo, atingindo seu nível mais baixo desde 2006, quando a pesquisa começou a ser realizada. Entre diferentes razões, esses retrocessos se devem à redução das liberdades civis durante a pandemia e às guerras na Ucrânia e Israel. O Brasil ocupa a 51ª posição da
lista, mesmo patamar registrado em 2022, com a nossa pior nota ainda sendo na categoria de “Cultura Política”.
Em outra importante publicação, a Freedom House divulgou seu relatório anual, que avalia a condição dos direitos políticos e liberdades civis em 195 países, considerando aspectos como processo eleitoral, liberdade de expressão, direitos associativos, estado de direito, entre outros. Segundo o documento, em 2023, a liberdade no mundo diminuiu pelo 18º ano consecutivo e a democracia recuou de forma significativa: entre diversos motivos citados,
mencionam-se por exemplo os problemas ocorridos em determinados processos eleitorais, guerras, casos de violência política e ataques ao pluralismo e à livre expressão.
Por fim, citamos dois estudos especialmente dedicados ao Brasil, realizados pelo Instituto AtlasIntel. Em um deles, observa-se que pouco mais da metade (50,9%) dos brasileiros dizem não confiar no trabalho e nos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na outra pesquisa, um dos destaques é que quase a metade (47%) dos brasileiros acha que o Brasil vive uma “ditadura do Judiciário”.
Para aqueles que acompanham iniciativas em prol da defesa e da promoção de valores democráticos, tais dados preocupam. Seguindo essa tendência internacional negativa, o Brasil enfrenta riscos consideráveis, apesar de ainda ser considerado um país livre e uma democracia, mesmo que falha. Vale lembrarmos, porém, que o caminho mais promissor para enfrentarmos esses desafios é o fortalecimento da nossa cultura democrática, nossa pior nota no Índice da The Economist Intelligence Unit.
Nesse sentido, devemos dar mais atenção às ações da sociedade civil que buscam enraizar os valores democráticos, defender os direitos de todos aqueles que se sentem ameaçados pelas autoridades e promover uma cidadania mais democrática – frentes que o Instituto Sivis tem priorizado nos últimos anos.
|